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CRÍTICA | Dollhouse explora lendas japonesas com bonecas ao estilo "Annabelle"

CRÍTICA | Dollhouse explora lenda das bonecas japonesas

Shinobu Yaguchi, diretor e roteirista japonês conhecido principalmente pelo sucesso Swing Girls (2004) e outros filmes de vibes positivas, choca o público ao apostar no terror com a estreia de Dollhouse, seu mais recente longa-metragem. Lançada em 2025, a obra cinematográfica se apoia nas lendas japonesas de bonecas para criar sua própria Annabelle.  

Na trama, Yoshie entra em depressão após a morte de Mei, sua filhinha de apenas cinco anos. Um dia, ela encontra uma boneca parecida com sua filha em um mercado de antiguidades e a compra. Inicialmente, a relação com a boneca parece levantar o astral de Yoshie, que recupera a vontade de viver e até tem outra filha. No entanto, a boneca não gosta de ser deixada para trás pela nova criança, e coisas estranhas começam a acontecer.


Bonecos malditos estão na cultura pop há décadas: Chucky, o ruivo macabro de Brinquedo Assassino (1988), deu início a uma onda de filmes de terror com essa temática, passando por Boneca Assassina (1991), Gritos Mortais (2007), Annabellle (2014) e M3GAN (2023). Embora a tendência seja mais vista no ocidente, o cinema asiático também tem explorado o lado sombrio das bonecas em filmes como o coreano The Doll Master (2004) e o malaio Walk With Me (2019). 

No Japão, The Japanese Doll (2019) entrou na onda como uma homenagem aos slashers americanos dos anos 80, mas Dollhouse vai além ao misturar lendas japonesas ao enredo, com dando origem à uma boneca amaldiçoada que honra as raízes do terror nipônico. 

Uma das cenas mais impactantes do filme envolve um Ningyo Kuyo (人形供養), um ritual fúnebre para bonecas  que faz parte das tradições budistas e xintoístas do Japão. Acredita-se que itens, em especial aqueles com formatos de seres humanos, como bonecas, podem ter espíritos ou almas, e seria desrespeitoso descartá-las sem uma cerimônia. É uma forma humanizada de dizer adeus aos bonecos que não são mais desejados. Para as bonecas assombradas, o funeral também funciona como um ritual de purificação, afastando os espíritos malignos. 

CRÍTICA | Dollhouse explora lendas japonesas com bonecas ao estilo "Annabelle"

"Sempre adorei histórias de medo. Aqui, quis transformar o cinema em um parque de diversões de terror, sem piedade. Quando o público sair da sessão, espero que diga: Ainda bem que foi só um filme", disse o diretor e roteirista Yaguchi, que cumpriu com seu objetivo ao construir um filme que prende o espectador a cada nova peripécia da boneca e dos muitos desenrolares desta história complexa.

No entanto, a reta final aposta tanto em uma reviravolta que acaba deixando a desejar em seu desfecho, tornando a narrativa inconclusiva - ao mesmo tempo em que abre portas para transformar o longa em uma franquia, decepciona ao quebrar as expectativas sobre o fim da história. 

Ainda que o final não seja tão empolgante, Dollhouse não perde os méritos de seu enredo envolvente, entregando um filme de terror tipicamente japonês que mostra um lado inédito da criatividade de Shinobu Yaguchi.

Nota final: ★★★½ 
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